domingo, 19 de junho de 2016

Alice através do espelho e o que Alice encontrou por lá – Lewis Carroll


Tim Burton é um diretor que sabe como ninguém contar histórias, basta olhar Edward mãos de tesoura e você vê, é de dar banho em qualquer filme da Disney de princesas. Seu jeito peculiar de traduzir o universo fantástico é sem sombra de dúvidas um dos mais criativos da minha geração. É por isso que me senti tão empolgada quando o mesmo resolveu adaptar em 2010 o clássico da literatura inglesa: Alice no país das maravilhas. Não havia um nome mais indicado para isso. O universo meio maluco de Lewis Carrol é gêmeo dos países fantásticos que habitam a cinematografia de Burton. E soma-se a isso: Johnny Depp e Helena Bonham Carter e pronto, temos o time perfeito. A verdadeira seleção hollywoodiana. E, apesar de já termos assistido várias parcerias entre o trio – uma vez questionado a respeito de tantas parcerias Depp declarou que interpretaria até Alice se Burton pedisse – de jeito nenhum nos decepcionamos com essa equipe. Todo mundo adora um bolo confeitado, mas, um velho feijão com arroz também e maravilhoso.
Passados seis anos depois, o time é novamente reunido para a continuação da saga (e cá entre nós, achei que demorou bastante essa continuação) e então, satisfeitas as expectativas da primeira versão, estávamos esperando o melhor dessa parte II, então a expectação era altíssima. Aí veio minha primeira decepção, meus pais foram assistir ao filme primeiro que eu e como estava lendo o livro na época, fui contando aos poucos a história para eles, quando meu pai soltou um “poxa, não tem nada a ver, só o título”, confesso que perdi toda a excitação de conferir o longa nos cinemas. Mas, meu pai me convenceu, disse que apesar de tudo a história era legal.
Olhei pro meu livro laranja, finalizei a leitura e decidi ver qual era a do Tim.
Pra quem não sabe no livro Alice volta ao país das maravilhas atravessando um espelho (até aí tudo sincronizado filme com o livro), depois da travessia Alice se vê em um grande jardim, que ao olhar mais atentamente, a menina descobre ser um imenso tabuleiro de xadrez e então, ela decide percorrer aquele jardim-jogo para quem sabe virar uma rainha no final (genial e louco como só Lewis podia conceber).
No filme, Alice volta ao país das maravilhas para lutar contra o tempo (literalmente) e salvar seu amigo chapeleiro maluco. E aí entra a genialidade de Burton, apesar de não ter nada a ver com o livro, o diretor cria uma história única, envolvente, emocionante e bem maluquinha que você poderia crer que tivesse sido escrita por Lewis.

Então eu chego à seguinte conclusão: Burton e Lewis foram feitos um para o outro. Ganhamos duas histórias maravilhosas ao mesmo tempo, portanto, leia a história verdadeira e assista à nova e ganhe dois presentes ao mesmo tempo, coisa que só o país das maravilhas pode te dar.


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