quinta-feira, 26 de maio de 2016

Paraíso – Dante Alighieri


Finalmente consegui terminar a Divina Comédia, esses dias li o último livro intitulado Paraíso, foram meses até terminar a trilogia, não porque fosse uma leitura enfadonha como muitos pensam que um clássico é, mas, por, não vou negar, certa complexidade de palavras junte isso com poesia, é uma tarefa épica como a obra de Dante. Porém, apesar de tanta dificuldade, no fim, não podemos nos furtar ao prazer de ler este poema. Você desistiria do seu maior sonho por pedras encontradas no caminho? É melhor seguir o conselho de Fernando Pessoa e construir um castelo com tantas pedras, a mesma coisa é a leitura de um clássico, se você desistir na primeira topada perderá a chegada em um maravilhoso castelo montado só para você descansar suas forças. Eu até confesso que meu início foi tortuoso, com dicionário e marca texto nas mãos, quase como um estudo, entretanto, depois, quando você pega o embalo da narrativa, é maravilhoso.
Como disse em posts anteriores, a grande massa e até alguns membros da crítica consideram Inferno o ápice da genialidade, Purgatório uma repetição insossa de Inferno e Paraíso totalmente dispensável. Depois de ler os três livros considero totalmente injusta tal conclusão de fatos. Apesar de achar Inferno fantástico, assombroso, uma leitura que faz você querer correr para a igreja para pagar seus pecados (vale ressaltar que na época de Dante foi exatamente isso que ocorreu) e de sua incontestável influência a tantas outras obras atuais, para mim, a humanidade contida na esperança do Purgatório é mais genial que Inferno e Paraíso é de uma beleza somente comparável ao verdadeiro jardim do Éden.
Não teria como Inferno ser concebido sem Purgatório e não há existência dos dois anteriores sem Paraíso, é o desfeche perfeito, o êxtase, quando o lia a sensação era de estar lendo algum trecho da bíblia como Salmos ou Provérbios rodeada por anjos, uma verdadeira glorificação e divindade.

O desfecho me levou a lagrimas. Como algumas pessoas devem saber, Dante escreveu a Divina Comédia durante seu exílio, impedido de entrar na sua terra natal ele encerra seu poema de forma sublime: com uma oração a Deus para que o mesmo intervenha e ajude Dante a descrever perfeitamente tudo o que viu para que do lugar onde ele foi escorraçado (Florença) ele volte como um verdadeiro herói por ter relatado os desígnios divinos. Infelizmente, Dante nunca pôde retornar a Florença, mas, seu nome está tão fortemente marcado na cultura mundial, quiçá na Itália, onde sua obra é a responsável pela língua oficial do país, que acabo acreditando que Deus ouviu as preces de Dante. De fato ele se tornou um herói e foi recebido com louros de fama não só em seu país natal, mas, em todo o planeta. Onde quer que o florentino esteja que ele esteja feliz com o atendimento de suas poéticas preces.

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