sábado, 25 de junho de 2016

Como eu era antes de você – Jojo Moyes


O que é pior: Um filme de romance com final bem Shakespeariano ou ir na sessão de cinema e dar de cara com o crush acompanhado de uma mulher misteriosa?
Ficção e realidade podem ser bastante parecidas às vezes, ambas podem se mostrar bem dolorosas quando querem. Sabe aquela historinha de final de episódio de novela: “Os personagens e histórias são fictícios, sendo que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência?” Sei não, mas, fica cada vez mais difícil acreditar nesse lero lero.
Qual o problema com os autores de hoje em dia? George R R Martin, John Green, Veronica Roth e Jojo Moyes, hei guys, nós também gostamos de ler histórias alegres.  Sabe aquele ditado, de ruim basta a vida? Por isso fica tão difícil acreditar na mera coincidência de cima.
Não vou mentir quem me conhece sabe que não gosto de comédias românticas, mamão com açúcar (é por isso que até hoje eu sou a única do meu grupo de amigas que nunca assistiu Um amor para recordar), mas, ler um drama estilo russo não é qualquer dia que estou a fim também.
Dito tudo isso aí posso passar pro próximo ponto, tão certo quanto eu não gostar de comédias românticas é eu não gostar de adaptações cinematográficas dos livros. Tudo começa com o elenco e daí por diante vai tudo ladeira abaixo. Por incrível que pareça quando anunciaram a adaptação de Como eu era antes de você eu gostei dos atores escolhidos. Aí depois de passar uma noite chorando agarrada no travesseiro depois de ler o livro foi a vez de conferir o longa (muito por insistência da minha mãe), então tudo que parecia perfeito começou a inclinar para a descida da ladeira, veja bem, em muitos aspectos o filme é muito fiel ao livro, é feita até umas supressões aceitáveis (afinal trata-se de mídias diferentes), mas, o que me incomodou muito mas, muito mesmo, foram ter mudado a essência da personagem Louisa, afinal no livro tem toda uma explicação do porquê da personagem principal usar roupas no mínimo estranhas, no filme ela ficou parecendo uma boboca infantil e, não tirando o mérito de Emilia Clarke (que já demonstrou ser uma boa atriz), as expressões faciais totalmente forçadas e beirando a comédia pastelão (não sei se ela foi instruída a interpretar assim), deixou o dramalhão com cara de comédia da sessão de tarde. Talvez eles tenham feito isso pra suavizar a história do livro, já que a associação de tetraplégicos queria a mudança do final, mas, a verdade é que o que nasceu pra ser drama tem que ser levado assim até o fim, senão você tira toda a emoção e fica uma confusão de roteiro. É claro que pitadas de bom humor seriam super válidas, mas, colocar isso como o ponto central foi um erro fatal.

Abro um parêntesis que faz um bom tempo que as adaptações pisam na bola, vide a saga Divergente, por exemplo, um livro sobre um futuro distópico sensacional que virou uma bobagem sem tamanho a partir do segundo filme. Não é culpa dos atores, é uma pena na verdade que eles tenham participado desse processo infeliz, mas, tenha em mente uma coisa: jamais julgue um livro pelo seu filme, sob pena de você perder realmente uma história incrível.


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