O que é pior: Um filme de romance
com final bem Shakespeariano ou ir na sessão de cinema e dar de cara com o
crush acompanhado de uma mulher misteriosa?
Ficção e realidade podem ser
bastante parecidas às vezes, ambas podem se mostrar bem dolorosas quando
querem. Sabe aquela historinha de final de episódio de novela: “Os personagens e histórias são fictícios,
sendo que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência?” Sei não,
mas, fica cada vez mais difícil acreditar nesse lero lero.
Qual o problema com os autores de
hoje em dia? George R R Martin, John Green, Veronica Roth e Jojo Moyes, hei
guys, nós também gostamos de ler histórias alegres. Sabe aquele ditado, de ruim basta a vida? Por
isso fica tão difícil acreditar na mera coincidência de cima.
Não vou mentir quem me conhece
sabe que não gosto de comédias românticas, mamão com açúcar (é por isso que até
hoje eu sou a única do meu grupo de amigas que nunca assistiu Um amor para recordar), mas, ler um
drama estilo russo não é qualquer dia que estou a fim também.
Dito tudo isso aí posso passar
pro próximo ponto, tão certo quanto eu não gostar de comédias românticas é eu
não gostar de adaptações cinematográficas dos livros. Tudo começa com o elenco e
daí por diante vai tudo ladeira abaixo. Por incrível que pareça quando
anunciaram a adaptação de Como eu era
antes de você eu gostei dos atores escolhidos. Aí depois de passar uma
noite chorando agarrada no travesseiro depois de ler o livro foi a vez de conferir
o longa (muito por insistência da minha mãe), então tudo que parecia perfeito
começou a inclinar para a descida da ladeira, veja bem, em muitos aspectos o
filme é muito fiel ao livro, é feita até umas supressões aceitáveis (afinal
trata-se de mídias diferentes), mas, o que me incomodou muito mas, muito mesmo,
foram ter mudado a essência da personagem Louisa, afinal no livro tem toda uma
explicação do porquê da personagem principal usar roupas no mínimo estranhas,
no filme ela ficou parecendo uma boboca infantil e, não tirando o mérito de Emilia
Clarke (que já demonstrou ser uma boa atriz), as expressões faciais totalmente
forçadas e beirando a comédia pastelão (não sei se ela foi instruída a
interpretar assim), deixou o dramalhão com cara de comédia da sessão de tarde.
Talvez eles tenham feito isso pra suavizar a história do livro, já que a
associação de tetraplégicos queria a mudança do final, mas, a verdade é que o
que nasceu pra ser drama tem que ser levado assim até o fim, senão você tira
toda a emoção e fica uma confusão de roteiro. É claro que pitadas de bom humor
seriam super válidas, mas, colocar isso como o ponto central foi um erro fatal.
Abro um parêntesis que faz um bom
tempo que as adaptações pisam na bola, vide a saga Divergente, por exemplo, um livro sobre um futuro distópico
sensacional que virou uma bobagem sem tamanho a partir do segundo filme. Não é
culpa dos atores, é uma pena na verdade que eles tenham participado desse
processo infeliz, mas, tenha em mente uma coisa: jamais julgue um livro pelo
seu filme, sob pena de você perder realmente uma história incrível.
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