domingo, 31 de janeiro de 2016

Spotlight - Segredos Revelados

Durante minha maratona para assistir os indicados ao OSCAR de melhor filme, coincidiu de eu assistir Spotlight durante a minha leitura de A garota na teia de aranha, o que traça um paralelo interessantíssimo, pois, ambos são o retrato do jornalismo investigativo. O segundo é a continuação da trilogia Millennium (que será devidamente destrinchado em um próximo post), o primeiro é sobre a equipe de jornalismo que denunciou a pedofilia dos padres católicos na cidade de Boston e o acobertamento pela alta cúpula católica.
Quando adolescente, teve uma época que eu sonhava em ser jornalista, sempre me comoveu a questão de ser a voz da sociedade, ainda mais nos dias de hoje em que sabemos que a justiça, por muitas vezes, só é feita quando alardeada aos quatro cantos, seja pela imprensa, seja pelas redes sociais. O poder da mídia é tão grande que, a primeira atitude de governos ditadores é acabar com a liberdade de expressão. Além de tudo isso, assomava meu prazer por escrever, sempre fui fã das palavras, ao contrário da banda Depeche Mode, enjoy the silence* nunca foi a minha praia. Como o sonho de jornalismo nunca passou para o campo da realidade, sempre acabo encontrando um tempinho para minha paixão pelas letrinhas. É como deixar uma marca para posteridade. Eu não sei se um dia conseguirei isso, mas, a equipe de Spotlight com certeza escreveu seu nome na história.
Aliás, Spotlight era o nome da equipe de quatro jornalistas do jornal Boston Globe, sendo eles: Walter Robinson, Michael Rezendes, Sacha Pfeiffer e Matt Carroll (sempre é bom citar o nome destes heróis do jornalismo), que investigou e denunciou aproximadamente 90 padres envolvidos em pedofilia e sistematicamente acobertados pela Igreja. A reportagem à época rendeu ao grupo o prêmio Pulitzer, prêmio norte-americano outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical.
A história tem elementos que a Academia gosta, além disso, está na moda filmes baseado em fatos reais, pois, parece que a vida real está bem mais interessante do que a imaginação dos roteiristas. Apesar disso, não é um filme fácil de ser assistido e está longe de ser uma história facilmente digerida, eu mesma saí do cinema com uma sensação que nem sei explicar direito, na falta de palavras seria como se um enorme peso estivesse esmagando meu coração, mas, talvez o papel do jornalismo seja isso mesmo, falar aquilo que ninguém quer ouvir ou muito menos falar, pois, como diz George Orwell, jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.
Indicações ao OSCAR: Melhor filme, Melhor diretor, Melhor roteiro original, Melhor montagem, Melhor atriz coadjuvante para Rachel McAdams e Melhor ator coadjuvante para Mark Ruffalo

*enjoy the silence é uma canção da banda Depeche Mode, que literalmente quer dizer apreciar o silêncio


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