Quando vejo jovens atrizes de
Hollywood, como Jennifer Lawrence, por exemplo, ganhando o Oscar tão
precocemente com a atuação de O lado bom da vida, e vejo Julianne Moore, sendo
agraciada com uma premiação significativa tão tardiamente, com a atuação de
Para sempre Alice, só posso pensar que há algo de muito errado no reino da
academia, parafraseando um dos meus ídolos literários Shakespeare. Para ele o
reino da Dinamarca cheirava mal, para mim as premiações das telonas tem o
cheiro pior ainda, aliás, não é nem cheiro, é fedor mesmo.
O filme, aliás, me ganhou, pois
ele é dramático na medida certa, sem partir para apelação como em Menina de
Ouro. Em sua contradição, ele é forte, porém sensível, é dramático, mas cheio
de amor para contrabalancear. E amor dos mais puros. É aquele tipo de filme
típico de ganhar a academia, mas, também pronto para arrebatar os nossos
corações e da maneira mais simples possível, me lembrando um pouco a singeleza
e o poder de Pequena Miss Sunshine.
E a bela atuação de Julianne
Moore é um up, um bônus, ela recebe o reconhecimento mas, quem recebe o prêmio
somos nós, os telespectadores.
O filme conta a história de Alice
que descobre ser portadora do mal de Alzheimer no auge de sua vida como mulher,
mãe e professora e de como ela é afetada pela doença desde seus primórdios e de
como o seu mal afeta todos ao redor que possuem por ela algum afeto.
Afetividade. Relação de carinho
ou cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido. Estado psicológico que permite
ao ser humano demonstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser vivo. Pode
também ser considerado o laço criado entre humanos, que, mesmo sem
características sexuais, continua a ter uma parte de "amizade" mais
aprofundada. Em psicologia, o termo afetividade é utilizado para designar a
suscetibilidade que o ser humano experimenta perante determinadas alterações
que acontecem no mundo exterior ou em si próprio. Tem por constituinte
fundamental um processo cambiante no âmbito das vivências do sujeito, em sua
qualidade de experiências agradáveis ou desagradáveis.
A doença afeta Alice, suas
consequências afetam seus familiares e a história afeta a nós que acabamos
construindo nossa afetividade graças à Julianne Moore. Aliás, uma de suas
filhas é interpretada por Kristen Stewart e falando em jovens atrizes, espero
que a ruivinha tenha aprendido algo sobre interpretação, pois ela teve a melhor
das professoras. Em uma cena do filme em que Kristen tem que interpretar no palco do teatro, fica nitidamente claro que, até quando ela está interpretando que está interpretando é ruim. Então, vida
longa a velha guarda. Vida longa a Julianne Moore.
Indicação e Oscar: Melhor atriz para Julianne Moore
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