quarta-feira, 18 de março de 2015

Para sempre Alice





Quando vejo jovens atrizes de Hollywood, como Jennifer Lawrence, por exemplo, ganhando o Oscar tão precocemente com a atuação de O lado bom da vida, e vejo Julianne Moore, sendo agraciada com uma premiação significativa tão tardiamente, com a atuação de Para sempre Alice, só posso pensar que há algo de muito errado no reino da academia, parafraseando um dos meus ídolos literários Shakespeare. Para ele o reino da Dinamarca cheirava mal, para mim as premiações das telonas tem o cheiro pior ainda, aliás, não é nem cheiro, é fedor mesmo.
O filme, aliás, me ganhou, pois ele é dramático na medida certa, sem partir para apelação como em Menina de Ouro. Em sua contradição, ele é forte, porém sensível, é dramático, mas cheio de amor para contrabalancear. E amor dos mais puros. É aquele tipo de filme típico de ganhar a academia, mas, também pronto para arrebatar os nossos corações e da maneira mais simples possível, me lembrando um pouco a singeleza e o poder de Pequena Miss Sunshine.
E a bela atuação de Julianne Moore é um up, um bônus, ela recebe o reconhecimento mas, quem recebe o prêmio somos nós, os telespectadores.
O filme conta a história de Alice que descobre ser portadora do mal de Alzheimer no auge de sua vida como mulher, mãe e professora e de como ela é afetada pela doença desde seus primórdios e de como o seu mal afeta todos ao redor que possuem por ela algum afeto.
Afetividade. Relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido. Estado psicológico que permite ao ser humano demonstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser vivo. Pode também ser considerado o laço criado entre humanos, que, mesmo sem características sexuais, continua a ter uma parte de "amizade" mais aprofundada. Em psicologia, o termo afetividade é utilizado para designar a suscetibilidade que o ser humano experimenta perante determinadas alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio. Tem por constituinte fundamental um processo cambiante no âmbito das vivências do sujeito, em sua qualidade de experiências agradáveis ou desagradáveis.
A doença afeta Alice, suas consequências afetam seus familiares e a história afeta a nós que acabamos construindo nossa afetividade graças à Julianne Moore. Aliás, uma de suas filhas é interpretada por Kristen Stewart e falando em jovens atrizes, espero que a ruivinha tenha aprendido algo sobre interpretação, pois ela teve a melhor das professoras. Em uma cena do filme em que Kristen tem que interpretar no palco do teatro, fica nitidamente claro que, até quando ela está interpretando que está interpretando é ruim. Então, vida longa a velha guarda. Vida longa a Julianne Moore.

 



 Indicação e Oscar: Melhor atriz para Julianne Moore



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