quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Caminhos da Floresta



Era uma vez... Once upon a time...

Quantas vezes ouvimos esta frase antes de uma história ao longo de nossa vida?
Eu já não posso mais contar, porém a escuto desde que me entendo por gente. Por ser menina é impossível não crescer rodeada por contos de fada, quando era criança possuía uma coleção inteirinha. Curiosamente, a minha favorita não era Branca de Neve ou Chapeuzinho Vermelho e sim O aprendiz de feiticeiro, acho que isso diz muito da profissão que escolhi na vida adulta.
Quando adolescente perdi o interesse nos felizes para sempre pois parecia muito distante da realidade, preferia um bom e velho Machado de Assis, a verdade nua e crua. Só ouve um conto de fadas que me atraiu na época: A desistória de Chapeuzinho Vermelho de Lólio Oliveira, trata-se de uma visão policial sobre o conto europeu e antes de nas novelas virarem febre de quem matou fulano de tal, Lólio nos envolve na trama a fim de saber quem matou a vovozinha de Chapeuzinho Vermelho. Acho, que foi neste momento que senti a súbita vontade de me tornar perita criminal um dia.
Depois de ler este livro, o qual recomendo fervorosamente a leitura, dificilmente uma história baseada em algum conto de fada me chamava a atenção, principalmente as releituras da Disney, para mim era sempre pressionado o botão mais do mesmo, mudavam os cenários, os atores e até um pouco da trama mas, sempre era a história da menina (na maioria das vezes) que passava o inferno durante toda sua vida até encontrar um príncipe que a levava ao paraíso, muito diferente da realidade de hoje em dia em que a mulher pode construir toda sua felicidade ou sua riqueza sozinha, para depois ir em busca de seu amor.
Anos depois, me viciei na série Once upon a time, uma leitura atual e criativa deste universo fantasioso, confesso que comecei a assistir pois era uma produção dos criadores de Lost, o que não tira o mérito da releitura, pelo contrário, só a engrandece.
Diante disso, para mim, Caminhos da Floresta era só mais do mesmo, as razões que me levaram ao cinema foram: matar a curiosidade de ver Johnny Depp na pele do Lobo Mau (nada mau, o que só reforça a tese de que os lobos são bem mais interessantes que os príncipes), Meryl Streep (dispensa parentesis para explicações) e as indicações ao Oscar.
Ao entrar na sala de cinema eu não sabia que tratava-se de um musical (o que só mostra o quanto a academia é previsível em seus gostos), mas de uma certa forma o filme é bem divertido, engraçado, muitas vezes irônico e pasmem mais perto do real, ou seja, chega daquele felizes para sempre! e, parafraseando uma das mensagens do filme, tomem muito cuidado com as histórias contadas às crianças, elas sempre estão prestando atenção... Nada mais verdadeiro, hoje sou química e sonho em ser perita, eu estava prestando bastante atenção...





Indicações ao OSCAR: Melhor atriz coadjuvante, Melhor design de produção e Melhor figurino.






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