Obsessão.
Em séries, filmes, livros, na vida.
Em tudo sempre fui um pouco obsessiva. Não basta apenas ler, precisa viver. Não basta apenas viver, tem que se jogar.
Então, quando começo um livro, depois de me embriagar com o cheiro de suas páginas novas, eu vivo cada personagem. Seu estilo, suas músicas, uma outra vida.
Parece obsessão, e é. E se o autor cita bandas logo eu faço download e escuto até o fim dos tempos, pelo menos dos tempos do livro.
Foi assim com tantos outros, foi assim com a Menina que brincava com fogo, que logo no início, antes de eu me enredar nas teias da trama, cita o filme sueco Lilya 4-ever, parei tudo que estava fazendo e fui atrás do filme, que serviu como prato de entrada para o que estava por vir. E como nas outras vezes, não me arrependi nenhum pouco, pois os filmes europeus nunca são perca de tempo, idem para os livros. E eu não sou alternativa, apreciadora de uma história extraordinária talvez.
Mas, como toda entrada, por mais magnífica que seja, nunca aplaca a fome como o prato principal, devorei as folhas deste livro como um verdadeiro banquete divino.
Não era apenas Lisbeth que brincava com fogo, a cada frase lida, eu me consumia em chamas, a fim de adquirir um pouco de luz para cada noite escura conseguir ler um trecho do livro até o final, e como qualquer fogo, consumiu rápido demais a ponto de nas últimas frases, já de fôlego preso, eu pensar, como que olhando pras cinzas: "tudo já se encontra consumido"?
A vida é consumida rápida demais, como as páginas de um livro, como a vida desse autor extraordinário que consumiu-se aos cinquenta anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
Tive que encolher minhas mãos várias vezes ao olhar a sequencia na minha estante, pois dois sentimentos lutavam dentro de mim: a curiosidade de vislumbrar o final desta história e o luto de ver mais uma saga chegando ao fim, como o fogo de uma labareda que finalmente se transformou em cinzas...
*abaixo segue o trailer do filme sueco Lilya 4-ever
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