quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson





Tudo começa com uma indicação ao Oscar. Eis que surge em 2011 um filme digno da minha atenção. Apesar dos protestos do crítico de cinema Rubens Ewald Filho sobre a interpretação da atriz (indicada ao Oscar) Rooney Mara. A qual uma legião de céticos, assim como Rubens, descreveram como uma interpretação fria e inóspita, só tenho uma coisa a dizer: desliga a TV e vá ler um livro, ou melhor o livro.
Dito isto, este não é um post sobre o filme, o qual é digno de todos os créditos, é sobre o livro. E, desde já peço desculpa pela ladainha já conhecida de que o livro é muito melhor que o filme. Este é mais um caso, porém vale ressaltar uma peculiaridade. O filme é muito bom, o livro só é bom porque é mais completo. Vide Senhor dos Anéis, por exemplo, o filme é fantástico, porém o livro sempre é melhor, neste aspecto sou uma xiita de plantão. O livro é sempre melhor. Ponto. O que não apaga os méritos do filme. Taí a resposta para a pergunta: Por que ler o livro se já assistiu ao filme e conhece toda a trama? Acontece que o início e o fim são conhecidos, mas, o interessante é o meio. Afinal pra que viver se o final é conhecido? Porque viver é a graça da historia. O livro é o meio. O interessante da resenha.
Umas aspas para uma estranha obsessão em querer ver um pedacinho da sua própria história em uma ficção. No livro a trama segue dias do ano. Curiosamente, terminei de ler o livro na semana que acontecia a história. E a obsessão se tornou clara: “Tudo lhe pareceu de uma clareza assustadora. Ignorava como isso havia acontecido e tampouco não sabia o que iria fazer. Estava apaixonado pela primeira vez na vida. Ela não era uma fantasia erótica nem um sonho acordado. Aquilo teria um fim e não poderia dar certo. Que necessidade ela tinha dele? A rigor, ele era apenas um passatempo enquanto ela aguardava a chegada de alguém cuja vida não fosse um maldito ninho de ratos. De repente ele percebeu que o amor era o instante em que o coração fica a ponto de explodir. Alguma coisa mudara na atitude dele, estava um pouco mais reservado. Quando ela perguntou o que havia, ele a olhou com uma expressão indefinida, como quem não está entendendo. Nunca sentira uma vontade como aquela. Na verdade apenas desejava a companhia dela. Queria ouvi-la dizer que gostava dele como ele era. Que ele era especial no mundo e na vida dela. Queria que lhe fizesse um gesto de amor, não apenas de amizade e camaradagem. Ele duvidava de si mesmo. Para que serviria? Tinha medo de que rissem de seus sentimentos. Então decidiu-se. Levou horas mobilizando a coragem necessária, mas sentia na obrigação de vê-la e de dizer o que sentia. Todo o resto era insuportável”.
Eu devia ter lido antes esse livro e perceber os sinais. Devia ter vivido o meio, agora me encontro no fim, suplico vá até o final e me encaminhe para o meio novamente, pois sinto o mesmo que essas aspas em negrito, no qual descrevi apenas você.

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