Tudo começa com uma indicação ao
Oscar. Eis que surge em 2011 um filme digno da minha atenção. Apesar dos
protestos do crítico de cinema Rubens Ewald Filho sobre a interpretação da
atriz (indicada ao Oscar) Rooney Mara. A qual uma legião de céticos, assim como
Rubens, descreveram como uma interpretação fria e inóspita, só tenho uma coisa
a dizer: desliga a TV e vá ler um livro, ou melhor o livro.
Dito isto, este não é um post
sobre o filme, o qual é digno de todos os créditos, é sobre o livro. E, desde
já peço desculpa pela ladainha já conhecida de que o livro é muito melhor que o
filme. Este é mais um caso, porém vale ressaltar uma peculiaridade. O filme é
muito bom, o livro só é bom porque é mais completo. Vide Senhor dos Anéis, por
exemplo, o filme é fantástico, porém o livro sempre é melhor, neste aspecto sou
uma xiita de plantão. O livro é sempre melhor. Ponto. O que não apaga os
méritos do filme. Taí a resposta para a pergunta: Por que ler o livro se já
assistiu ao filme e conhece toda a trama? Acontece que o início e o fim são
conhecidos, mas, o interessante é o meio. Afinal pra que viver se o final é
conhecido? Porque viver é a graça da historia. O livro é o meio. O interessante
da resenha.
Umas aspas para uma estranha
obsessão em querer ver um pedacinho da sua própria história em uma ficção. No
livro a trama segue dias do ano. Curiosamente, terminei de ler o livro na
semana que acontecia a história. E a obsessão se tornou clara: “Tudo
lhe pareceu de uma clareza assustadora. Ignorava como isso havia acontecido e
tampouco não sabia o que iria fazer. Estava apaixonado pela primeira vez na
vida. Ela não era uma fantasia erótica nem um sonho acordado. Aquilo teria um
fim e não poderia dar certo. Que necessidade ela tinha dele? A rigor, ele era
apenas um passatempo enquanto ela aguardava a chegada de alguém cuja vida não
fosse um maldito ninho de ratos. De repente ele percebeu que o amor era o
instante em que o coração fica a ponto de explodir. Alguma coisa mudara na
atitude dele, estava um pouco mais reservado. Quando ela perguntou o que havia,
ele a olhou com uma expressão indefinida, como quem não está entendendo. Nunca
sentira uma vontade como aquela. Na verdade apenas desejava a companhia dela.
Queria ouvi-la dizer que gostava dele como ele era. Que ele era especial no
mundo e na vida dela. Queria que lhe fizesse um gesto de amor, não apenas de
amizade e camaradagem. Ele duvidava de si mesmo. Para que serviria? Tinha medo
de que rissem de seus sentimentos. Então decidiu-se. Levou horas mobilizando a
coragem necessária, mas sentia na obrigação de vê-la e de dizer o que sentia.
Todo o resto era insuportável”.
Eu devia ter lido antes esse
livro e perceber os sinais. Devia ter vivido o meio, agora me encontro no fim,
suplico vá até o final e me encaminhe para o meio novamente, pois sinto o mesmo
que essas aspas em negrito, no qual descrevi apenas você.
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