De repente 30.
Trinta anos de uma das bandas de maior longevidade no rock nacional.
Trinta anos que completarei em breve.
Literalmente cresci ouvindo Os Paralamas do Sucesso.
Depois de trintar, finalmente pude conferir a banda ao vivo, em um verdadeiro restrospecto de sucesso, um atrás do outro.
Eletrizantes duas horas de show poderiam facilmente virar mais duas horas, pois sucessos não diz respeito apenas ao nome da banda.
E o imenso telão não só trazia belas imagens projetadas mas, também um gigantesco cronometro, situando cada espectador no ano referente a cada sucesso.
Tanta durabilidade não é por acaso. Apesar de letras escritas a quase três décadas atrás, cada uma delas è singularmente atual.
Os Paralamas conseguem o feito de escrever sobre as misérias tupiniquins, sem parecer um sermão de missa de domingo, chegando próximo a qualquer poesia modernista da semana de 22.
"E a cidade que tem braços abertos num cartão postal, com os punhos fechados na vida real. Lhe nega oportunidades, mostra a face dura do mal".
Mas nem só de misérias sobrevivem as letras desta banda brasileira. Herbert Vianna sabe, como ninguém falar de amor.
É possível ouvi-las nas vozes de diversas interpretes brasileiras, vide Ivete Sangalo, e também na peculiar voz do líder da banda.
"E a mocinha se perdeu olhando o Sol se por, que final romântico, morrer de amor. Relembrando na janela tudo que viveu fingindo não ver os erros que cometeu".
Impossível não achar uma letra, na qual sentimos profunda identificação.
"A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega no momento em que eu queria ver".
"Ela é só uma menina e eu pagando pelos erros que eu nem sei se eu cometi. Ela é só uma menina e eu deixando que ela faça o que bem quiser de mim".
"Não sei bem certo se é só ilusão, se é você já perto, se é intuição. Aonde quer que eu vá levo você no olhar".
Erros neste show? Apenas no titulo da canção Meu Erro que, claro, jamais poderia ficar de fora do set list.
"E o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria, ah Meu Deus era tudo que eu queria, eu dizia seu nome não me abandone jamais".
"Quem vai pagar as contas desse amor pagão, te dar a mão, me trazer a tona pra respirar, vai chamar meu nome ou te escutar?"
Não foi preciso apagar a luz, em um Caleidoscópio sem lógica pude ouvir a voz de Herbert a me guiar pela noite a caminho de casa... Amanheceu é hora de dormir, nesse nosso relógio sem órbita. Se o show tem que terminar assim que pelo menos seja até o fim, pra não ter nunca mais que terminar...
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