terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Lincoln


A cena de abertura remete-nos a outro filme de Steven Spielberg: O resgate do Soldado Ryan. Esta porém, mais longa e menos brutal. O cineasta realmente sabe fazer filmes de guerra. Um momento, Lincoln não pode ser taxado como filme de guerra. Nem se reveste de patriotismo exacerbado, o que incomoda sempre o telespectador em filmes de guerra hollywoodianos. Lincoln é apenas sobre um ser humano, único e peculiar, que por sinal é também presidente dos Estados Unidos da América.
O filme centra nos últimos dias de mandato do 16 presidente norte americano em uma época das mais sangrentas para o país, durante a guerra civil americana, e é pontuado de diálogos riquíssimos que faria sorrir o mais ávido telespectador de Manhattan Connection (progama sobre política e economia da Tv a Cabo).
Com frases recheadas de filosofia e reflexão, Lincoln poderia ultrapassar o melhor livro de auto ajuda e circular pelos best seller de qualquer país, e ainda agregar conhecimento histórico por todo o mundo, o que é sempre bem vindo.
Mas, não apenas de diálogos sobrevive um filme, senão entendiaria o mais fino leitor. Para dar vida à uma história escassa de efeitos especiais e outros artifícios que mascaram um filme com uma história pobre, Lincoln usa a mais eficaz arma cinematográfica: a interpretação. E nesse quesito o elenco do filme ministra uma verdadeira aula hoollywoodina, com atuações marcantes e dramáticas sem desbancar para o exagero. Em alguns momentos do filme, acreditamos estar diante de um registro histórico, um documentário, e não diante de uma adaptação, pois Daniel Day Lewis (indicado ao Oscar como melhor ator) não era o próprio e sim o presidente americano Lincoln.
O ar documental no filme deve-se também à fotografia dada a película, uma verdadeira obra de arte, o que mostra que um filme para ser grandioso não precisa de espetaculares efeitos especiais, basta apenas uma história e atores, assim como para um escritor basta apenas um lápis e uma folha de papel, um verdadeiro resgate aos filmes de outrora em que o emocional era mais importante que o visual.
Com tantas indicações ao OSCAR, 12 no total, Lincoln nos traz a esperança de que este seja o carro chefe de muitos filmes que virão, em que a diversão nunca ultrapasse a emoção, que seja assim também na vida.



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