Um clássico quase sempre
atravessa as folhas de papel de sua versão gráfica e ultrapassa as barreiras de
qualquer manifestação de arte, assim aconteceu com Os miseráveis, obra francesa do escritor Victor Hugo, que teve sua
versão adaptada para série de tv, peça de teatro, musical da broadway, e agora
ganha a sua segunda versão cinematográfica.
Como qualquer filme musical,
categoria que consta na prateleira de favoritos de qualquer crítico de cinema,
vide as inúmeras indicações do gênero ao Oscar, que é a maior premiação da
sétima arte, não seria diferente com Os
miseráveis, que contabiliza um total de 8 indicações esse ano, dentre elas
destaca-se: melhor filme, melhor ator (Hugh Jackman) e melhor atriz coadjuvante
(Anne Hathaway).
Diferente de outros filmes consagrados na
categoria, pela crítica especializada e o público, Os miseráveis infelizmente é um pouco maçante. Além de ser uma
história longa, o que gerou uma película com duração de 2h e 38min, a quantidade
de personagens faz com que tenhamos várias histórias de curta duração cada uma exibida
de maneira frenética na telona, porém, que prolonga-se no tempo, assim o
telespectador não consegue identificar-se com nenhum personagem e nem emocionar-se
com eles, pois não dá tempo, o que é um paradoxo já que o filme é extremamente longo.
Considerado por muitos como uma
obra difícil de ser lida, Os miseráveis
é uma obra difícil de ser assistida, e quando o público imagina que o fato de
ser uma obra musicada tornará a experiência agradável e que causará uma
experiência de puro entretenimento, e se depara com o espetáculo diante de si,
em que todas as falas são cantadas, sente-se um pouco incomodado, com a
sensação de exagero no ar, outra pedra no sapato causada pelo filme é o fato de
atores tão hollywoodianos e americanizados interpretarem personagens franceses,
e personagens fortes de uma época marcante para o povo da França, e a escolha
me parece injustificada quando existem tantos atores conterrâneos que poderiam
dar uma maior credibilidade e emoção ao filme, não desmerecendo algumas
atuações, tão belas como a de Hugh Jackman, e também de Anne Hathaway, apesar
de achar que em alguns momentos ela escancara a boca por demais, exagerando um
pouco na expressão e na emoção.
Diante do fechar de janelas do
espetáculo, ou melhor, do zoom-in dá ré e sobem os créditos ao final do filme,
a sensação é de que as indicações ao Oscar de Os miseráveis são totalmente justificáveis, mas, consigo perceber
maiores qualidades nos concorrentes ao lado, o que ofusca o brilho dessa mais
recente obra musical.
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