Certa vez eu disse em uma rede
social que eu queria ter palavras para descrever o que é encontrar algo novo do
Douglas Adams. Quando se tem um autor favorito e ele, infelizmente, já não se
encontra mais entre nós, somos divididos entre dois desejos: ler mais um livro dele
e não querer ler, pois depois dali não haverá mais nada. Lembro-me de ter
devorado o Guia do Mochileiro das
Galáxias e depois, meio que com uma ressaca literária, ou uma crise de
abstinência, reli de novo, de tanto que sentia falta do Adams e sem nada dele
para me apegar. Então, imagina minha alegria quando eu descobri ano passado que
foi lançado no Brasil o primeiro livro dele da saga do Dirk Gently, (a qual
irei ler de novo é claro, e fazer um post a respeito), este eu demorei um pouco
mais, sabe como é, a sensação de último batendo na porta como um vento
insistente. Então, eis que, em uma viagem de férias para a minha terrinha
encontro esta preciosidade, a história deste post em questão, mais uma do
Adams, é como acertar na loteria de novo!
Desta vez, eu ainda tinha um
bônus, o livro era baseado em um roteiro de Doctor Who, inclusive o episódio mais visto da história da série,
então, juntou duas paixões: a série britânica de ficção científica e meu
escritor (também britânico) favorito, deste e de outros universos também.
É possível visualizar na história
todo o dedinho de Adams por lá, seu humor ácido e sarcástico com um pano de
fundo maravilhoso: Paris. E é engraçado como, até quando Adams fala mal de um
país (como por diversas vezes ele ironizou Nova York no Guia), você ri e se
pega pensando: Nossa, é isso mesmo, é exatamente assim, esse cara é genial, e
ele é mesmo, de por em palavras certas uma cutucada que não parece um beliscão,
mas é. Apesar de o livro ter sido escrito por James Goss, a partir de um
roteiro de Adams, ele consegue captar toda essência de seu conterrâneo e agora
estou morrendo de vontade de achar o episódio televisivo e assistir com
deleite.
Com tristeza eu digo que li o
último livro do meu autor favorito, com alegria eu posso dizer que o universo
sempre pode me surpreender, afinal Douglas parece ser o último dos Jagaroth,
picado em mil pedacinhos espalhados pelo mundo* e minha missão é achar cada um
deles até ter o Adams completo para me apaixonar ainda mais, e não importa se
um dia será o último, pois um dia será mesmo, pois já dizia Renato Russo: É
preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra
pensar, na verdade não há...
*trecho inspirado no livro
supracitado
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