sexta-feira, 2 de maio de 2014

A rainha do castelo de ar - Stieg Larsson


Quando acontece de um profissional entrar em outra área de atuação que não a sua, acontece uma verdadeira guerra mundial, com direito a granadas e bombas de todos os lados. Frequentemente sai vitorioso o talento. Sou uma devoradora de livros, bem como me disseram uma vez, e já li livros medianos de quem vive para escrever e livros gloriosamente fantásticos de alguém que aventurou no mundo da leitura por hobby, por amor ou simplesmente porque não tinha nada pra fazer e tinha todo o tempo do mundo.
É o caso de Stieg Larsson, nascido em 1954, em Skelleftehamn, uma localidade sueca de apenas 3.120 habitantes, abre parenteses para dizer que Stieg torna a Suécia até interessante, do ponto de vista ficcional, já que, na realidade, o país detém o título nada romântico de um dos países com maior violência contra a mulher. Stieg foi um dos mais influentes jornalistas e ativistas políticos suecos.
Trabalhou na destacada agencia de notícias TT. No comando da revista Expo denunciou organizações neofacistas e racistas. Por causa da sua atuação na luta pelos direitos humanos recebeu ameaças de morte durante toda a sua vida. Talvez, exatamente por isso tenha tanta propriedade ao escrever.
Foi com uma certa ânsia e tristeza que li o terceiro e último livro da saga Millenium, confesso ter achado extremamente interessante lê-lo enquanto o meu país fervilhava por causa de uma certa banana jogada em um campo de futebol.
Para quem não sabe, há alguns dias atrás uma banana foi atirada em direção ao jogador de futebol Daniel, jogador da seleção brasileira e do Barcelona, em um ato de preconceito racial, corajosamente o nosso jogador tupiniquim descascou e comeu o famoso fruto tropical tão apreciado por nossos semelhantes genéticos. O ato provocou uma avalanche de protestos com a hashtag #somos todos macacos. Foi para evitar atos piores do que esse que Stieg viveu durante toda uma vida. Quando resolveu aposentar-se da sua dura vida de jornalista resolveu escrever uma das maiores trilogias policiais do qual eu, pelo menos, tenho notícia.
Não quero estragar este post com frases ou referências sobre o último livro da saga, apesar de o mesmo ser o tema deste, pois o caro leitor deve vivenciar cada enigma e mistério contido nas páginas do livro, e com uma certa taquicardia e suor nas mãos torcer pelos protagonistas Mrs Salander e o Super Blomkvist.
Stieg morreu em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores a trilogia, vítima de um ataque cardíaco, deixando um imenso vazio literário, humanitário e jornalístico.
Deixo aqui minha hastag #somostodosfãsdeStieg.
Desliga a tv e vá ler a Millenium. 

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