sábado, 27 de julho de 2013

Em chamas






O gigante acordou.
A frase ainda ecoa pelas redes sociais, inflamada pela população saturada de injustiças, a geração Facebook saiu da zona de conforto de sua poltrona e ocupou as ruas. Hastags Vem pra rua pipocavam em tweets. E assim, brasileiros, brasileiras e até brasileirinhos esqueceram a face azul da rede social e marcaram suas próprias faces de verde, azul e amarelo. De repente, o Brasil estava Em chamas.
Notícias iam de Capital em Capital, e o centro político, a verdadeira Capital nacional, Brasília, era tomada por pessoas de todos os distritos, em um verdadeiro levante tupiniquim. E tudo começou por um aumento de 20 centavos na passagem de ônibus. Mas, não se tratava de apenas 20 centavos, mas, em anos de exploração e descaso.
Foi nesse cenário que li o segundo livro da trilogia Jogos Vorazes. E em minha mente, era como se cada brasileiro fosse um pouquinho da Katniss Everdeen, e como um tordo abrissem as asas, liberando assim os grilhões que os prendiam nas garras dos que ocupam o centro do poder.
Jogos Vorazes é um livro infanto-juvenil com ares de geopolítica, capaz de fazer cada brasileirinho deste país abrir seus olhos para a política e, melhor sem deixar o assunto nem um pouco chato, certamente renderia altos debates filosóficos depois de uma leitura em sala de aula.
Mas, o gigante já não dorme e a geração Facebook não mais se encontra entretida pelas telinhas de casa e certamente depois de uma leitura como essa é impossível não ir para as ruas e estremecer os alicerces da Capital.
“Mas mesmo que todos nós tenhamos um fim terrível, alguma coisa aconteceu naquele palco na noite de hoje que não pode ser desfeita. Nós, vitoriosos, encenamos nosso próprio levante e, talvez, apenas talvez, a Capital não seja capaz de contê-lo”. Parágrafo do livro Em Chamas, mas, bem que poderia ser um capítulo na história de nosso país.


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