Sombras da noite

Há exatamente 22 anos atrás, Tim Burton firmava uma parceria de sucesso com Johnny Depp em Edward mãos de tesoura, parcerias como esta são comuns em Hollywood e a princípio as pessoas podem pensar: -Oh não, mais uma parceria, será que este diretor só consegue trabalhar com este ator? Porém, a parceria entre Burton e Depp está longe de ser comum, eu mesma não conseguiria imaginar filmes como: O estranho mundo de Jack, A noiva cadáver, Sweeney Todd, entre outros, sendo feitos por outro ator, seria no mínimo bizarro. O mesmo ocorre com Barnabas Collins, um vampiro playboy que só poderia ser interpretado pelo senhor Johnny Depp.

Aliás, parcerias de sucesso parecem ser mesmo a praia de Tim Burton, a sua outra carta na manga é a atriz Helena Bonham Carter, cuja parceria estende-se para a vida real, já que a mesma é sua esposa. Assim como Depp, Helena têm a peculiaridade cinematográfica tão imprescindível para os filmes de Tim. Ouso dizer, que apesar de seu imenso talento na sétima arte, o diretor não seria o mesmo sem essas duas figuras singulares hollywoodianas.

Além de Depp e Helena, outra figura carimbada dos filmes do Burton é a atmosfera sombria, explorada de forma magistral pelo diretor, aliás um dos poucos em Hollywood cuja imaginação fértil ainda não se esgotou, a originalidade e a qualidade dos filmes do diretor americano estão escassos nos filmes atuais, aliás são poucos os que podem escrever sobre vampiros sem esbarrar na tecla "mais do mesmo".

Porém tanta obscuridade necessita de um contraponto, e Burton irá buscá-lo no amor, apesar de tanta escuridão, isto tudo é apenas um pano de fundo para uma inusitada história de amor, foi assim há 22 anos atrás com Edward mãos de tesoura, é assim agora com Sombras da noite.

E como uma cereja em cima de um bolo, Tim nos brinda com uma trilha sonora de tirar o fôlego: Iggy Pop, Carpenters, Barry White e Alice Cooper (que faz uma ponta no filme). O que dizer destes caras?

Sem mais comentários, termino com a insinuação mais espetacular do filme: Seria o Macdonalds, Mefistófeles?

Imperdível.